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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

COLUNA: ALGO SOBRE... 191 ANOS DE INDEPENDÊNCIA

COLUNISTA SUETONIO FARIAS
191 anos de independência, e comemorar o quê?

Somos um dos países mais corruptos do mundo, cobramos muito do povo e devolvemos pouco, ocupamos a 5ª posição em economia mundial e o penúltimo lugar em qualidade de educação. Vivemos num país onde o salário de um Deputado daria para contratar 100 professores, onde o ladrão de galinha agoniza na cadeia e o verdadeiro ladrão usa terno e gravata, mais ainda domina a minha e sua vida.

Não temos o que comemorar num país onde a segurança só existe com a ilusão de uma arma, onde o salário básico não dá para comprar o básico de um salário, onde políticos vivem na Casa Grande e o povo na senzala, onde o próprio povo, de tanto ver roubalheira, chegou a ter vergonha de ser honesto.

Não há independência num lugar onde o dinheiro público serve para majestosos palcos esportivos, mas não dá para estruturar um sistema de saúde digno, no qual a morte virou uma coisa banal. Não se vê independência num povo que fala do que está errado, mas não se manifesta numa ação de repúdio (apesar de ainda ser cedo pra afirmar), não há independência num país onde o sistema político prefere fisgar o povo pela barriga, e esse mesmo povo prefere o servilismo à autossuficiência.

A língua é uma preciosa representante de independência, pois cria uma identidade, uma singularidade, contudo não é de se comemorar independência num país onde 2600 postulantes a juízes do trabalho não consigam aprovação numa redação.

Não há independência num país onde a regra virou o "jeitinho brasileiro", em vez do bem feito, organizado, não se é independente num lugar onde faltam médicos, e alguns dos existentes cabulam a obrigação e os que vêm para trabalhar são achincalhados, numa atitude que faltam palavras para descrever.

Não há independência num país onde o povo não sabe cantar o hino de sua própria nação, onde o que na história foi um famoso rio, hoje não passa de um riacho poluído, onde até hoje não se sabe se o grito foi em nome de um sonho da pátria independente ou de pura ambição do Império, onde a população indígena é dizimada diariamente.

Não há independência num país que acha poder recompensar anos de racismo com porcentagem em cotas universitárias, onde a consciência do voto é castrada por qualquer trocado, num país onde o curral eleitoral anda apenas disfarçado, num lugar onde quem governa não aceita a companhia do povo. Enfim, não há o que comemorar.

Na realidade, no 07 de setembro, pra comemorar mesmo, só o feriado. Neste ano, nem isso, caiu num sábado. Assim não vale! Independência uma ova.

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