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sábado, 28 de setembro de 2013

COLUNA: ALGO SOBRE... NO LIVRO QUE FAZ O BRASIL

No livro O que faz o brasil, Brasil?, o sociólogo Roberto da Matta dedica algumas páginas ao famoso jeitinho brasileiro, o qual é apresentado como uma forma de “navegação social”. O jeitinho fere a Constituição, mas torna menos injusta a diferença entre classes.

Para que serve a Constituição Federal? A Carta Magna do país foi elaborada com o intuito de solidificar a democracia e ser a matriz do povo brasileiro. Se assim é, por que ninguém respeita a Constituição?

Os jornais noticiaram a farra dos chamados super-salários de funcionários do Senado brasileiro, os quais recebem acima do teto permitido pela CF, ou seja, recebem além de R$ 28.000,00, acima do que recebe um ministro do STF.

Apesar de só agora a ordem ser para a devolução dos acréscimos, a auditoria data de 2009.
São várias as explicações para o desrespeito ao livro maior do Brasil, mas por que ele só serve para castrar o pobre? A Constituição que deveria carimbar o país com o selo da igualdade, faz justamente o contrário, pois o que se vê no espaço canarinho são injustiças entre as classes sociais, ou o princípio da democracia não é a igualdade?

O que mais irrita é o fato do desrespeito constitucional partir justamente daqueles que a estruturam, parte, ironicamente, daqueles que deveriam ser exemplo.

Sendo assim, o que sobre ao indefeso, injustiçado e honesto povo brasileiro? Ora, fazer uso precisamente da malandragem, do “imoral”, mas necessário, “jeitinho brasileiro”. Do contrário, as agruras vividas pelos que pouco ferem os artigos constitucionais seriam ainda mais doloridas.
O “respeitável” presidente do Senado, Renan Calheiros, afirmou categoricamente que irá ajustar imediatamente a folha de pagamento da Casa, o que causou indignação aos detentores dos estratosféricos salários, os quais passarão a receber “apenas” R$ 28.000,00.

Que engraçado! Foi preciso a ação da lei para fazer cumprir o livro das leis. A obediência à Constituição não deveria atender à Justiça, mas unicamente à coerção moral, todavia isso só acontece em países menos corruptos.

Esse país é realmente uma contradição. Recebo um salário mínimo, na realidade, minúsculo, o qual não dá para a manutenção mensal minha e de minha família, mas supre perfeitamente o salário acima de R$ 28.000,00 de funcionários federais.

A polêmica sobre os super-salários passou para o banal empurra-empurra, para a indicação do real culpado. Balela! Discussão à toa! Os verdadeiros culpados somos nós, que assistimos a toda essa bagunça nacional demonstrando indignação, mas continuamos a ofertar poder a representantes ímprobos.

Já que a Constituição Federal não serve para o que deveria servir, o jeito é partir para o politicamente incorreto “jeitinho brasileiro”, pois como afirmou Roberto da Matta, é um modo de navegação social, uma estratégia para o cidadão comum não afundar na lama que impera no país.

“Ninguém respeita a Constituição, mas ainda acreditam no futuro da nação”.
Renato Russo era mesmo um gênio!

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