Governos de braços cruzados, sociedade omissa, grande mídia calada – uma combinação perfeita para atender os interesses daqueles que olham apenas para os seus umbigos imperialistas. Dizem os especialistas que estamos vivendo a maior seca dos últimos 40 anos. Não precisamos ir mais longe para fazer a devida constatação, basta visitar a zona rural de Soledade e de centenas de municípios do Curimataú, Cariri, Seridó e do sertão para vermos as imagens desoladoras e comoventes advindas do longo período de estiagem.
Escassez de água potável, desertificação, fome, miséria e ausência dos Governos: Estadual e Federal são realidades de fácil percepção para qualquer pessoa despedida do egocentrismo e do manto luxuoso das capitais, onde se tem água em abundância e alimentos fartos a mesa.
Há mais de um ano assistimos de forma omissa e silenciosa o grito de dor de animais morrendo e de agricultores vivendo as piores dificuldades sem a presença do Estado ao menos promovendo ações assistenciais de caráter emergencial.
Em Soledade, a Prefeitura vem buscando assistir os produtores rurais em suas necessidades elementares, mas, enfrenta desafios enormes, devido a suas limitações financeiras e estruturantes. Para atender a demanda de abastecimento de água o município dispõe apenas de um “carro pipa” e quando tem auxílio do governo do estado, este se dar de forma tímida e insuficiente.
Em todos os governos anteriores se observava a presença do Estado com a implantação de frentes de trabalho, doação de cestas básicas e, sobretudo, distribuição de água potável. O Prefeito de Soledade, Zé Bento (PT) vem ao longo deste período fazendo solicitações ao Governo do Estado, sem qualquer reposta de solução efetiva.
Nunca houve na história mais recente da Paraíba o registro de tanta insensibilidade em um momento de crise como este que estamos vivenciando.
Em nível federal lamentamos a letargia do governo no que diz respeito às obras de transposição do Rio São Francisco, que não resolverá todos os nossos problemas, mas, certamente amenizará os efeitos da seca.
Mesmo sob a boa ameaça de chuvas, temos a previsão de cotas pluviométricas abaixo da média conforme o anúncio da Agência de Gestão de Águas da Paraíba (AESA). Pois bem, se o governo do estado espera o advento das chuvas para se “livrar” dos investimentos que deveria já ter realizado, saiba, que não se resolve a crise fugindo dela, afinal, se chover agora, teremos por uns três meses, a chamada seca verde, onde a mesma situação se estabelece.
Ao fim deste breve texto, espero despertar nosso sono de acomodação para cobrarmos em caráter de urgência urgentíssima a devida atenção do Governo do Estado e do Governo Federal para a nossa região.
COM IVANILSON GOUVEIA
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